REFERENCIAL TEÓRICO

O que são Arquiteturas Pedagógicas?

“As arquiteturas pedagógicas são estruturas de aprendizagem realizadas a partir da confluência de diferentes perspectivas: abordagem pedagógica, software, internet, inteligência artificial, educação a distância, concepção de tempo e espaço. O caráter destas arquiteturas pedagógicas é pensar a aprendizagem como um trabalho artesanal” (CARVALHO, NEVADO E MENEZES, 2005, p.351).
A educação na virtualidade deve avançar o estágio de imitação do processo de ensino vigente na educação presencial. Dessa forma, Carvalho, Nevado e Menezes (2005) orientam que as propostas pedagógicas vigentes devem ser repensadas, assim, deve-se formar novas concepções educacionais "caracterizadas por deslocamento das concepções hierárquicas e disciplinares em direção a uma concepção de conhecimento interdisciplinar. Para tanto devem mudar também os modelos de formação de professores, que deverão privilegiar modos de saber alimentados e potencializados na tessitura composta pela formação aberta apoiada na rede de relações" (CARVALHO, NEVADO E MENEZES, 2005, p. 352). A proposta desse novo modelo educacional é a substituição da presença física do estudante pela participação na rede eletrônica e pelo uso de recursos (programas e materiais)  que favoreçam a construção conjunta/cooperativa. 

Para saber mais sobre recursos educacionais assista o vídeo abaixo: 


Utilidade e importância das Arquiteturas Pedagógicas: Eliminar distâncias geográficas, possibilitar o acesso remoto à formação acadêmica, e dinamizar a assimilação de conteúdo, com recursos lúdicos e interativos. É preciso considerar, dentre outras coisas, que as novas mídias modificam o cenário em que o professor era o centro e o detentor do conhecimento, deslocando-o para o papel de supervisor e facilitador da construção do conhecimento. Os alunos, por sua vez, saem da posição de receptores de conteúdo para se tornarem pesquisadores de temas relacionados à determinada disciplina. Nesse contexto, novas questões ganham relevância: 1 - Como despertar a curiosidade investigativa nos estudantes? 2 - Como estimular o pensamento crítico e o desejo de aprofundar o conhecimento? 3 - Como superar a tendência dispersiva proporcionada pelas TICs? 4 - Que didática utilizar para impulsionar práticas colaborativas para a construção do conhecimento? No contexto das tecnologias móveis, por exemplo, tais aspectos tornam ubíquos e pervasivos o acesso à informação, comunicação e a aquisição do conhecimento. O acesso contínuo a essas mídias digitais permite que o usuário gerencie o fluxo e o excesso de informações, faça parte de comunidades virtuais onde possa compartilhar e resolver problemas de forma colaborativa e instantânea. As midias digitais a que hoje temos acesso provocam novas dinâmicas em relação ao processo de aprendizagem tradicional. O uso de mídias digitais em sala de aula ainda é visto por muitos professores com descrença e desconfiança. No entanto, sabemos que elas vieram para ficar, visto que já fazem parte do dia a dia de nossas instituições, mesmo que muitos de seus recursos ainda não sejam totalmente aproveitados. A revolução digital em que vivemos nas últimas décadas transformou o modo de viver e pensar de nossas sociedades. Jovens nativos digitais que já cresceram com livre acesso à essas novas mídias, estão acostumados a buscar e trocar informações através de tablets e telefones portáteis de forma rápida e direta, sem intermediações. É preciso compreender esse cenário atual e a forma como as tecnologias digitais podem ajudar na produção de conhecimento dentro e fora da sala de aula. “O todo não se reduz a uma simples soma dos elementos que constituem as partes, sendo mais do que isso, pois cada elemento apresenta sua especificidade, que, em contato com o outro, modifica as partes e também o todo” (MORIN, 2011, p. 341).
Conectados às mídias sociais, como Twitter e Facebook entre outras, os alunos atuam como pesquisadores, com acesso a informações novas e até mesmo inéditas, que não podem ser descartadas como ruído à comunicação ou como fatores fora de contexto, mas sim articuladas com vistas à construção do conhecimento. Desse modo, as tecnologias interativas e colaborativas, se bem aproveitadas, incentivam um processo didático emergente, que se produz na complexidade da interação em rede. A rede social Facebook, e outros dispositivos de nuvem, foram utilizados como arquitetura pedagógica a fim de contribuir no amadurecimento de novas metodologias de educação não formal em ambiente virtual. 
O contexto das arquiteturas pedagógicas devem transpor o problema da inadequação da maioria das práticas presenciais para a educação nos ambientes virtuais, onde a separação física cria novas dificuldades na relação professor-aluno e aluno-aluno e, ao mesmo tempo, abre novas possibilidades, dantes nem sequer imaginadas. Programas e estratégias educacionais pensados como ferramentas didáticas sem sustentação em teorias curriculares interdisciplinares têm diminuta repercussão na formação dos professores e consequentemente na alteração das práticas escolares. O efeito mais comum das ferramentas didáticas sem o aporte teórico é o seu uso como “receita” ou como mais uma “novidade”, logo adiante descartável.

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